samedi 27 mars 2021

"Une abominable ablation : l'excision" / "Uma ablação abominável : a excisão"

Ecoutez aussi le PODCAST !

Article original en français d'Aline Nunes et Lucy Pereira Da Costa
(Pour la version en portugais, voir plus bas)


parlonsexcision.wordpress.com

Depuis des années, les Egyptiens pratiquent un acte cruel et effrayant : l'excision. Elle touche plus de 92% des Egyptiennes mariées entre 15 et 49 ans, quelle que soit leur religion ou leur ethnie. Les filles souffrent d'une ablation, que l'on peut qualifier de barbare, des organes génitaux, sans quelque raison médicale que ce soit. Le monde ignore la persistance de cette coutume. Nous nous devons de la faire connaître. Et ainsi, peut-être, pourrons-nous contribuer à la faire disparaître.

L’excision ne devrait pas être considérée comme une tradition. C’est une étape prétendument nécessaire et recommandée pour l’éducation des jeunes filles quand elles atteignent l'âge de 10 ans. Mais peut-on vraiment affirmer qu'il s'agit d'une étape nécessaire ? La société égyptienne estime que c’est une condition préalable au mariage visant à “purifier” les femmes de toutes les tentations sexuelles - comme si les hommes étaient les seuls à avoir des droits. Cette société, de majorité musulmane, considère l’excision comme une tâche, un commandement incontournable. Tout cela est présenté comme “devoir religieux”. Cependant, comment l'excision peut-elle être un “devoir religieux” alors qu'elle n'a aucune base religieuse ? En effet, l’excision précède l’apparition des grandes religions monothéistes. De plus, ce rite n'est, en aucun cas, recommandé dans le coran ou autres livres religieux importants. Même le prophète Mahomet n'a jamais excisé ses propres filles.

Heureusement, cette amputation génitale fut condamnée en 2006 par la plus haute autorité de l'islam dans le pays, Al-Azhar. Et elle fut ensuite interdite en 2008. Malgré tous ces efforts, en 2012, alors qu'une nouvelle branche politique accède au pouvoir, l'excision est de nouveau associée à l'islam et même encouragée en tant que devoir religieux, bien qu'elle n'en soit pas un. Cette incitation allait à l'encontre de l'interdiction de la pratique, proclamée en 2008. Pour persuader la population, l'opération est offerte, malgré la loi, en tant qu'excision “médicalisée”. Mais l'est-elle vraiment ?

iamlaurarogers.com/it-happens-here

Auparavant, l’excision était pratiquée par des exciseuses. C'était plus dangereux et évidemment plus douloureux. A partir de 2012, les dirigeants du pays offrent des excisions “médicalisés” pour inciter les familles à les pratiquer. Ils prétendent que c’est plus hygiénique et que c’est une sorte de devoir culturel. De plus, les opérations faites par des cliniques privées seront protégées des poursuites en justice. Evidemment, il ne s'agit là que d'excuses et de prétextes pour camoufler le danger de l’excision et sa pratique L'excision médicalisée sert d’appât pour soumettre davantage les femmes ! 

Les séquelles, telles que les hémorragies, problèmes urinaires, maladies sexuellement transmissibles, complications lors de l'accouchement sont omniprésentes, mais on ne saurait sous-estimer non plus d'irréparables dégâts psychologiques. L'opération, bien que pratiquée en clinique, est même parfois mortelle. En 2016, une jeune fille de 17 ans, Mayar Mohammad Moussa, a ainsi trouvé le sommeil éternel, à cause d’une hémorragie sévère. A l'évidence, ces cliniques ne sont ni fiables, ni sécurisées pour assurer ce genre de chirurgie. 

L’ablation qu’est l’excision est égoïste, inhumaine, insensible et abominable : elle provoque des séquelles importantes, à vie. Nous devons prendre conscience de la gravité de la situation et oeuvrer de toutes les manières possibles pour l'éradiquer ! 

Nous avons donc besoin d’une approche multidimensionnelle, pour montrer que ce sera plus qu’une simple loi. Le renforcement des systèmes de protection de l’enfance est un devoir capital, tout comme la réduction de la discrimination fondée sur le sexe. Nous devons promouvoir la santé sexuelle et reproductrice, et pousser de plus en plus de personnes à l'abandon de l'excision. Ce sont des étapes essentielles pour sa disparition, son éradication. L’Egypte possède un avantage considérable, l’aide de plusieurs ONG et leurs projets pour réduire le taux d’excision dans leur pays. Leur premier but est de réduire le taux d'excision des filles âgées de 10 à 18 ans de 15 %. D'ailleurs, le PNUD estime que parmi les mères qui ont été excisées, seules 35 % d'entre elles veulent imposer cette tradition à leur fille. Ces statistiques sont importantes et montrent la présence et formation d’un esprit critique chez les Egyptiennes. Depuis 2014, il y a eu, finalement, un recul de 15,5 % de la pratique parmi les filles âgées entre 15 et 17 ans.

L’Egypte n’est pas le seul pays au monde qui exerce cette pratique abominable. Malheureusement, la majorité des pays d'Afrique occidentale jusqu’à l’Afrique orientale et quelques pays d’Asie ont encore cette coutume, cette tradition qui prive les femmes de tout plaisir sexuel. Comment pouvons-nous rester spectateurs de tels actes et nous contenter de ne rien faire ? Même avec tous ces efforts, il est possible que n la pratique de l'excision se poursuive dans quelques dizaines d’années. Cependant, qui sommes-nous si nous n’essayons pas ?

___________________________________

Version portugaise de l'article original


Uma ablação abominável 

A excisão é um ato agonizante, doloroso e angustiante, infelizmente ainda praticado hoje. 



Desde sempre, os egípcios praticam um ato cruel e apavorante que é a excisão. Ela afeta mais de 92% das egípcias casadas entre os 15 e os 49 anos, qualquer que seja as suas religiões ou etnias. As mulheres sofrem de uma bárbara ablação dos órgãos genitais, sem razão médica. O mundo ignora a existência desse costume, nós devemos então apresentar esta causa e assim poderemos fazer desaparecer a excisão. 

A excisão é chamada de "tradição" pela simples razão de que tem sido praticada por muito tempo. Também, é uma etapa alegadamente necessária e recomendada para a educação das jovens mulheres à volta dos 10 anos. Será realmente recomendável esta etapa? A sociedade egípcia estima que é uma condição prévia para o casamento com objetivo de “purificar” as mulheres de todas as tentações sexuais. Como se os homens fossem os únicos a terem direitos. Esta sociedade, maioritariamente islâmica, considera a excisão como uma taxa, um mandamento inevitável, apresentada como “dever religioso”. Contudo, como pode ser um “dever religioso” sem nenhuma base religiosa ? Na verdade, a excisão precede a aparição de qualquer grande religião monoteista. Além disso, esta abordagem, em nenhum caso, foi citada no alcorão ou outros livros sagrados importantes. Até o profeta Mahomet nunca excisou as suas próprias filhas. 

Felizmente esta amputação genital, foi condenada em 2006 pela mais alta autoridade islâmica do país, Al-Azhar. E em seguida foi interditada em 2008. Apesar de todo o esforço, em 2012, nas novas eleições, um novo partido político chegou ao poder. Sob as ordens do novo presidente islamista, Mohammad Morsi, a excisão foi de novo associada ao islão e encorajada como dever religioso, apesar de não o ser. Isto mostra-nos, caro leitor, que este presidente encoraja a excisão, que se está a tornar uma prática clandestina, devido à sua proibição alguns anos antes. Este ramo político ia ao encontro da interdição da prática, proclamada em 2008. Ela passa a ser algo clandestino o que provoca os habitantes a duvidar do governo. Mas para persuadir a população, a operação é oferecida como excisão “medicalizada”. Serão elas realmente medicalizadas ? 

Antes, a excisão era praticada por excisoras. O que era mais perigoso e obviamente mais doloroso. Por outro lado, os dirigentes do país oferecem uma excisão “medicalizada” para incentivar as famílias a ter as suas filhas excisadas. Eles explicam que é mais higiênico e que é uma espécie de dever cultural. Além disso, as operações feitas por clínicas privadas serão protegidas de acusação pela justiça. Nos sentimos e reparamos que tudo isso só são desculpas e pretextos para camuflar o perigo da excisão e a sua prática ! Sendo usado como isco para subjugar mais as mulheres ! 

As sequelas, como hemorragias, problemas urinários, doenças sexualmente transmissíveis, complicações na hora do parto são omnipresentes. Mas também, os danos psicológicos importantes. A excisão pode provocar a morte. Em 2016, uma menina de 17 anos, Mayar Mohammad Moussa, encontrou o sono eterno, por causa de uma hemorragia severa provocada por uma excisão, feita numa clínica privada. Isto demonstra que as clínicas não são fiáveis, nem asseguradas para esse tipo de cirurgia. 

A ablação que é a excisão, é egoísta, desumana, insensível e abominável, provocando sequelas graves para a vida. Nós devemos ter consciência da sua gravidade e divulgar as possíveis soluções para a revogar !

Como a mutilação genital feminina no Egito é um costume que está demasiado enraizado na cultura, vai ser preciso mais do que uma simples lei para vê-lo desaparecer um dia. Uma abordagem multidimensional é então proposta. O fortalecimento dos sistemas da proteção da criança é um dever capital, tal como a redução da discriminação fcom base no sexo. Nós devemos promover a saúde sexual e reprodutiva, e incentivar mais e mais as pessoas a abandonar a excisão. Isto são etapas consideráveis para o seu desaparecimento, a sua dissipação. O Egito possui uma vantagem enorme, a ajuda de várias organizações não governamentais (ONG) e os seus projetos para reduzir a taxa de excisão no país, que podem agir livremente graças ao novo governo, que reconheceu o problema. O primeiro objetivo deles é reduzir a taxa de excisão das meninas entre os 10 aos 18 anos de 15%. Em seguida, o Programa das Nações Unidas estima que só 35% das mães que foram excisadas querem impor o mesmo às suas filhas. Estas estatísticas são significativas e mostram a presença e formação de um espírito crítico nas egípcias. Desde 2014, que houve, finalmente, um revés de 15,5% da prática entre as meninas dos 15 aos 17 anos. 

O Egito não é o único país no mundo que exerce esta prática abominável. Infelizmente, a maioria dos países da África ocidental até a África oriental e alguns países da Ásia ainda têm este hábito, uma "tradição" que priva as mulheres de qualquer possibilidade de prazer sexual. Como é que podemos ser espectadores de tal ato? Mesmo com todos os esforços, é possível que a excisão não desapareça em uma dúzia de anos. Contudo, quem somos nós se não experimentarmos ?

Aucun commentaire:

Enregistrer un commentaire